O processo terapêutico começa no momento em que os pais se reúnem com a/o profissional que escolheram para que alguma coisa em seu contexto de vida se modifique, que melhore.
Segundo Freud “Quando a dor de não estar vivendo for maior do que o medo da mudança, a pessoa muda.” Esse já é um passo importante, tomar a decisão que alguma coisa precisa mudar.
O primeiro contato é com seus pais. A cada conversa, reunião, fico atenta aos assuntos e conteúdos apresentados. Preciso ouvir além do que escuto, enxergar além do que vejo e principalmente sentir aquela família. A dor e angústia daqueles que amam, se dedicam e que por alguma razão, não estão encontrando caminhos para ajudar seus filhos e filhas.
O processo de avaliação tem continuidade após as primeiras brincadeiras com a criança. O número de sessões para fechar uma avaliação depende muito da formação do vínculo entre nós, da disponibilidade em se deixar chegar.
O brincar da criança me revela o que ela é, o que ela quer, o que ela sabe e também o que precisa. No brincar nos encontramos, nos identificamos e a criança sente que este é um lugar de confiança, de segurança, de permissão de ser, dela.
Acredito que o berço da formação de uma pessoa é a família, junto com aqueles que nos criam. Nela nos encontramos, aprendemos, desenvolvemos valores e hábitos.
O trabalho começa, algumas mudanças na rotina familiar, combinados importantes, sanções cumpridas, firmeza ao dizer não, “faça você mesmo, você consegue”, entre tantas outras indicações, a criança vai adquirindo maior confiança, sua auto-estima melhora e a família segue com mais alegria.
É importante complementar que acredito no envolvimento familiar para que o processo terapêutico seja satisfatório, o envolvimento é da família, não gosto do rótulo de que é a criança que tem o problemas.
A maior satisfação é quando os pais e a escola me dizem: “Ela está ótima!”
Importante colocar que acredito muito no meu trabalho e que o sucesso depende do trabalho conjunto da família e terapeuta.