As crianças absorvem as emoções dos adultos que estão a sua volta. Elas não têm recursos para formular e expressar em palavras o que as incomodam.
A criança não consegue chegar para o pai ou a mãe e dizer: “Mãe, entendo que preciso me frustrar. Não vou mais bater em ninguém quando for contrariado.”
Faz parte do desenvolvimento infantil reagir às diferentes emoções, e eles nem sabem muito bem porque agridem, simplesmente sentem que algo não vai bem internamente e a maneira que encontram para mostrar isso é reagindo às vezes com choro, às vezes com manha, mas muitas vezes com agressividade.
É importante para a família refletir sobre como estão essas emoções no círculo familiar.
Atendi uma família que a criança estava apresentando muita agressividade na escola, não estávamos encontrando as causas da raiva, das agressões físicas, dos desenhos de monstros. Foi então que em uma conversa só com a mãe eu mudei a pergunta, em vez de perguntar como estava o menino, perguntei como ela estava.
Ela começou a falar da dificuldade que o casal estava passando, as coisas começaram a ficar claras e as agressões começaram a fazer sentido. Contou algumas situações que desestabilizaram tanto o casal quanto o emocional da família.
O mais importante nessas situações é que cada família encontre nisso uma possibilidade de aprender. Aprender a fazer diferente, aprender a ouvir as crianças sem que seja por meio da fala, aprender a sentir o que essas crianças querem dizer com essa agressividade e que isso tudo é uma forma deles expressarem seus sentimentos. Por isso fiquem atentos a eles, mas também em vocês mesmo.
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